Um olhar sobre "Animação Cultural" de Vilém Fusser

 Na sociedade atual, as relações estabelecidas entre a humanidade e os objetos por ela produzidos revelam uma espécie de dependência mútua. A criação de artefatos  que facilitem a vida humana existe desde os primórdios da sociedade e com o o passar das eras foi aprimorada, nesse sentido a necessidade de mecanismos auxiliadores se tornou tão grande que gerou uma discussão sobre o vínculo com tais dispositivos, dessa forma, surge uma ambiguidade, na qual o objeto criado se emancipa do criador, ou seja, a humanidade passa a viver em função dos aparelhos que ela mesmo desenvolveu. Basicamente tem-se que os objetos inanimados animam a sociedade.
 Me pergunto qual seria o cenário existente caso perdêssemos toda essa tecnologia e "progresso" alcançados até agora, seria o apocalipse frequentemente representado em películas cinematográficas? ou talvez outra realidade ainda não imaginada? Independente da resposta o fato é que as revoluções e inovações são possíveis devido a constante produção de novos objetos e suas determinadas funções.
Em "Animação Cultural", a voz que se pronuncia é a do objeto Mesa, que é animado e se impõe como representante da classe dos objetos, durante o texto as reivindicações vão sendo expostas e a partir delas é possível fazer um paralelo com o livro A Revolução dos Bichos de George Orwell, no qual os animais de uma fazenda se unem contra os humanos, os expulsam da mesma e passam a organiza-la a partir de suas convicções.Em ambas situações há uma insatisfação com o modo humano de lidar com o outro, seja ele animal ou objeto.
Essa análise revela esse déficit nas relações do ser humano.

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